Certificação de Fornecedores

Confiabilidade ou regras engessadas?

Alguns tomadores de serviços sempre solicitam à INFRA relação de empresas que, de alguma forma, sejam certificadas - tudo com o objetivo de ter uma maior segurança na contratação. Mas o processo não é tão simples assim, pois quando falamos em prestação de serviços relacionada à carreira de facility management, abre-se uma lista de, no mínimo, 30 atividades: gestão imobiliária, limpeza, manutenção, administração de estacionamento, climatização, frotas, telecomunicações, viagens corporativas, utilidades, coleta seletiva de lixo, até chaveiro.

Por isso, sempre que nos é solicitado, orientamos os leitores a buscar as entidades que representam o segmento, uma vez que, independente dos interesses particulares e comuns de um grupo de empresários, há algo muito maior dentro das entidades: a de organizar o mercado e as empresas que dela fazem parte, para que sejam melhores, para que concorram de forma ética, com mais qualidade e que, na melhor das hipóteses, não queimem a imagem do segmento que representam.

Uma entidade tem como ética trazer à frente, não apenas as empresas associadas, mas, sobretudo, o mercado representado. E nessa lição, o empresário tem aprendido que sairá na frente aquela que tiver melhor talento, capital intelectual, postura ética, preferência de marca para conquistar novos clientes. Já dizia um sábio que o sucesso está muito além dos processos adequados. Está nas atitudes proativas. Quem faz para si perde mercado; quem faz para o mercado ganha o mercado. E é exatamente por isso que a INFRA admira os empresários à frente de suas empresas, mas que também acham espaço na agenda para participar de grupos e/ou entidades.

Do outro lado, todos sabemos que a prestação de serviços ganha um fôlego maior a cada dia. Afinal, não estamos falando simplesmente de terceirizar, mas sim de trabalhar com especialistas em determinadas atividades, em que competição, concorrência, qualidade com menor custo e eficiência aparecem no topo da lista de prioridades.

Como uma prática de assegurar a confiabilidade no fornecimento de produtos e serviços e de garantir o compromisso com o cliente, a certificação não mostra regras. Para cada tipo de empresa há particularidades intrínsecas ao seu negócio e ao tipo de contrato que está sendo estabelecido entre as partes. Em linhas gerais, o fornecedor precisa garantir excelência na qualidade do fornecimento e, para atender a esta demanda, precisa conhecer os requisitos exigidos; como é o processo de certificação do cliente para o qual ele pretende fornecer.

Partindo da premissa de que a certificação, quando não está engessada, poderá proporcionar benefícios como qualidade (conformidade do fornecimento recebido com relação às especificações e ainda a performance no processo de utilização), eficiência (considera a data requerida e a da entrega e o serviço requerido e o que foi entregue) e compromisso (considera as ações corretivas enviadas ao fornecedor e vice-versa), convidamos algumas entidades e gerenciadoras para falar do assunto.

Perguntamos, por exemplo, quais são as ações que contribuem com estes processos de certificação e, conseqüentemente, com a melhoria do mercado? Em que colaboram com seus parceiros para que estes obtenham certificações próprias e também as em conformidade com as solicitadas pelos clientes? Quais são os pontos positivos e negativos em processos de certificação? Acompanhe as impressões.

Avaliações e Perícias de Engenharia

Nelson Nady Nór Filho, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (Ibape-SP) e atual componente do Conselho Presidencial do Instituto - www.ibape-sp.org.br

No site é possível encontrar publicações para consulta e uma lista dos profissionais legalmente habilitados e capacitados para a prestação de serviços de avaliações de imóveis, máquinas e outros bens, assim como realização de inspeções prediais, vistorias, perícias de engenharia e assessoria técnica em questões judiciais e extrajudiciais.

O ingresso do profissional no Instituto já equivale a uma Certificação, digamos, preliminar. Muito embora o profissional de engenharia já seja habilitado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), para exercer tais atividades profissionais, o Ibape, para admiti-lo como membro, exige que o proponente comprove determinada experiência na área ou que possua cursos de especialização homologados pela entidade.

Além disto, o currículo do profissional passa pelo crivo de uma Comissão de Admissão e Sindicância. É importante dizer que estes níveis de certificação deverão ser mantidos ou melhorados pelo profissional, através da educação continuada e respectiva aferição periódica por uma banca examinadora. A implementação do sistema será iniciada já em 2007, através do oferecimento de exames ao final de cada um dos cursos ministrados pela instituição, cujas notas já servirão à qualificação do associado com vistas à sua certificação.

Além dos cursos de especialização e reciclagem ministrados pela entidade, o Ibape-SP mantém parcerias com faculdades como a Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP, na capital, e Universidade Santa Cecília, em Santos, com cursos de pós-graduação em Avaliações e Perícias de Engenharia. Paralelamente, promove seminários, workshops e congressos, para os quais são convidados os representantes dos clientes, tais como profissionais da área imobiliária - síndicos, administradores, construtores - e da esfera legal, como o Poder Judiciário, Ministério Público e Operadores do Direito. Estes eventos possibilitam aos associados tomar conhecimento das necessidades dos usuários finais de seus serviços, assim como aferir o grau de aceitação de seus trabalhos. Trata-se de um feedback necessário à sua constante melhoria profissional.

(Transcrito da Revista INFRA de 15/03/2007 - http://www.revistainfra.com.br/textos.asp?codigo=8349).