Perito judicial


Profissional apura responsabilidades sobre patologias em construções e pode ser indicado por um juiz para dirimir dúvidas técnicas ou assessorar clientes

 

Quando algum problema aparece em uma construção, seja por falhas no projeto ou na execução ou descaso na manutenção, geralmente é chamado um profissional para avaliar de quem é a culpa. A perícia judicial pode ser exercida pelo engenheiro civil, engenheiro mecânico, arquiteto, ou mesmo outra especialização técnica caso o juiz considere necessário. Quando se diz "perito judicial" subentende-se que a atuação desse profissional restringe-se a auxiliar a justiça. Na verdade, ele pode tanto ser nomeado por um juiz para apurar responsabilidades em uma construção como atuar como consultor para uma das partes (construtora ou condomínio).

 

"O engenheiro das partes é um perito assistente e não terá uma relação junto ao juiz", explica Nelson Nady Nór Filho, engenheiro civil e presidente do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo). "Ele vai elaborar um parecer técnico sobre o laudo que o perito judicial apresenta no processo."

 

Atualmente são observados muitos profissionais novos na área, recém-saídos da faculdade. No entanto, a grande maioria é formada de pessoas com certo tempo de experiência, formadas há dez ou 15 anos e com cerca de 40 anos de idade. Ou seja, pessoas que já passaram por outras áreas de atuação. "Há dez anos essa era uma atividade paralela do profissional", conta Nelson Nór. "Hoje a dedicação é exclusiva."

 

O trabalho pode ser dividido em diversas áreas. A mais característica é a perícia de patologias da construção civil. Existem outros campos também, como perito de registro de imóveis, de invasão de vizinhos, de conformidade ou não de material de construção, de desapropriações de imóveis e de execuções. Todos os segmentos dispõem de cursos que auxiliam o trabalho. No entanto, para trabalhar com patologias da construção civil, além de cursos, o profissional deve ter maior experiência prática.

 

Pelos regulamentos que regem a profissão do arquiteto, engenheiro e engenheiro agrônomo, está previsto que a área de avaliações, perícias e vistorias é exclusiva dos profissionais formados nessas áreas. É importante lembrar que para ser um perito não há na graduação de engenharia ou arquitetura uma matéria específica. A maior parte dos profissionais se especializa fazendo cursos de extensão e na prática. Um curso de pós-graduação dura de 12 a 24 meses. Cursos de especialização são bem mais curtos e levam cerca de duas semanas.

 

Perfil

 

Arion Nady Scheer

Idade: 32 anos

Cargo: encarregado do departamento técnico da Nelson Nór Consultoria e Engenharia de Avaliações

Formação acadêmica: engenharia civil em Itajubá-MG

Como começou: "como estagiário aqui do escritório, em 1994, no primeiro ano de faculdade. Estudava na Faap. Depois me transferi para Minas e voltei a São Paulo em 1998"

Empresas onde trabalhou: "aqui no escritório e na faculdade"

Cursos: básico de Avaliações e Patologias e Impermeabilizações no Ibape (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo)

Participação em congresso: nenhuma

Tempo na área: seis anos

Carga diária de trabalho: dez horas

Descrição básica do trabalho: "elaboro laudos para bancos e laudos judiciais, faço pesquisas técnicas e executo croquis de imóveis. Realizo também vistorias e pesquisas de campo"

 

Téchne 78 - setembro de 2003

 

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